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Rebeca: O perigo da falsa sensação de controle

Atualizado: 11 de set.

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O texto de Gênesis, capítulos 24 a 27, não esconde as qualidades notáveis de Rebeca. Esposa de Isaque, o segundo patriarca, ela era disposta, proativa, decidida e forte. Sua personalidade marcante, no entanto, a levou a uma reação controversa diante de um momento decisivo para sua família. Correta ou não, sua postura revela uma tentação comum a todas nós: tentar resolver tudo pelas próprias forças.


Isaque, o filho da promessa, tão esperado e amado, nasceu em um lar privilegiado, recebendo o melhor legado espiritual e material de seus pais, Abraão e Sara. Quando chegou a hora de se casar, Abraão enviou um servo à sua parentela para buscar a esposa certa para Isaque. À beira de um poço, o servo orou pedindo que Deus revelasse a escolhida. Antes mesmo de terminar a oração, Rebeca apareceu. Bonita, bondosa e trabalhadora, ofereceu água ao homem e também aos dez camelos que o acompanhavam. Não havia dúvida: ela era a resposta de Deus. Rebeca voltou com o servo, conheceu Isaque e casou-se com ele. Logo enfrentou seu primeiro grande desafio: a esterilidade. Após anos de oração e espera, Deus os abençoou com uma gravidez dupla. Jacó e Esaú, ainda no ventre, já mostravam que seriam o grande desafio da vida de sua mãe.


A gestação foi difícil. Rebeca buscou ao Senhor respostas para seu sofrimento, e Ele revelou o destino de sua família: duas nações nasceriam deles, e o mais novo governaria sobre o mais velho. Esaú nasceu primeiro, seguido de Jacó. Desde cedo, os irmãos mostraram temperamentos opostos. Esaú era viril, caçador e mais próximo do pai. Jacó, caseiro, tinha afinidade com a mãe. Num ato impensado, Esaú desprezou as bênçãos de Deus, trocando seu direito de primogenitura por um prato de comida.


Mais tarde, já idoso e com a visão comprometida, Isaque chamou Esaú para abençoá-lo como primogênito. Ao saber disso, Rebeca armou um plano para que Jacó recebesse a bênção em seu lugar, enganando o marido. O esquema funcionou, mas trouxe consequências amargas: a ira de Esaú e a fuga de Jacó para salvar a própria vida.


Talvez Rebeca tenha agido lembrando-se da promessa de Deus, tentando, com suas próprias mãos, garantir que ela se cumprisse. Mas, ao fazer isso, esqueceu-se da santidade e da soberania do nosso Deus. Assim como ela, também enfrentamos a tentação de agir por nossas próprias forças, confiando mais em nosso falho discernimento do que na condução perfeita Deus.


Aprendendo com a vida de Rebeca


  • Como mães, vivemos entre duas verdades: precisamos trabalhar duro todos os dias para que tudo corra bem com nossa casa e família, mas, ao mesmo tempo, é Deus quem realmente cuida de nós. Vivemos no limiar entre a diligência e a falsa sensação de controle. Quem nunca pensou: “Se eu não fizer nada, ninguém fará”? Em meio a dias cheios e desafiadores, aprendemos a tomar a frente e o controle da situação, mas com a história de Rebeca aprendemos que a precipitação pode nos cegar para o que é justo e correto diante de Deus.


  • Pela graça de Deus, Jacó e Esaú se reconciliaram anos depois. Mas, as consequências imediatas da mentira de Rebeca foram ira, mágoa, sofrimento e divisão. Ao nos tornarmos mães continuamos sendo pecadoras, mas é preciso estar ciente de que nossas atitudes impulsivas atingem, e ferem, mais vidas do que antes.


  • Deus é santo e não precisa — nem deseja — que pequemos para cumprir Seus planos. Ainda assim, a história de Rebeca nos mostra que Ele realiza Seus propósitos apesar de nossas falhas.


Ore conosco


Pai amado, entrego em Tuas mãos a condução do meu lar, da minha família, da minha vida, das minhas atitudes e decisões. Me perdoe pois, tantas vezes, me convenço ser a autora de suas misericórdias e provisões diárias. Pois busco controlar e resolver problemas sem Te consultar, errando muitas vezes, causando dor e dando mal testemunho. Quebranta o meu coração e dá-me a humildade necessária para buscar a Tua direção nas decisões grandes e pequenas. Cumpre, através da minha vida, os Teus propósitos eternos, apesar das minhas falhas, e não permita, Senhor, que eu me desvie da Tua vontade.

Em nome de Jesus, amém.

 
 
 

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