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Ana: Entregar a Deus é reconhecer o que já Lhe pertence

Atualizado: 29 de out.

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Ana é uma mãe símbolo de oração e fé poderosas. Sua história, descrita no livro de 1 Samuel, capítulos 1 e 2, nos mostra que Deus age por meio do nosso clamor e muda as circunstâncias através da oração. Mas a maternidade de Ana nos ensina muito mais do que isso. Ao receber o milagre — seu filho Samuel —, Ana consagra sua vida, o levando para trabalhar no templo ainda muito pequeno, declarando a entrega de coração de uma vida que ela reconhecia já pertencer a Deus.


Casada com Elcana, que também era casado com Penina, Ana não podia ter filhos e sofria excessivas provocações de sua rival sempre que iam juntos oferecer sacrifícios no templo. Penina tinha muitos filhos e não perdia nenhuma dessas oportunidades. Elcana amava sua esposa Ana e tentava lhe consolar, mas sem sucesso.


Em uma dessas ocasiões, triste demais para participar da refeição com os outros, Ana se retira para ir ao templo orar. Lá, Ana suplica a Deus por um filho e promete que, se o recebesse, o consagraria ao Senhor. O sacerdote Eli, ao ver a oração de Ana — que suplicava mexendo os lábios, mas sem emitir nenhum som —, julgou que ela poderia estar bêbada. Quando foi exortada pelo sacerdote, Ana explicou que suplicava por um milagre. Ao voltar para casa, naquele ano, Ana concebeu e deu à luz Samuel. A Bíblia diz que, quando o menino deixou de mamar, Ana o levou para servir a Deus no templo, aos cuidados de Eli. Samuel se tornou um dos maiores sacerdotes e profetas descritos na Bíblia. Sua vida foi poderosamente usada por Deus para a condução da história do seu povo.


A entrega literal de Ana de seu único e tão esperado filho a Deus nos impacta profundamente. Mas esse ato revela uma entrega real que já havia acontecido em seu coração. Ao levar o pequeno Samuel ao templo, Ana reconhece que seu filho, por mais amado e esperado que fosse, pertencia, na verdade, ao Senhor.


Aprendendo com a vida de Ana


  • De Deus vem o “sim” e do “não". Nos versículos 5 e 6, a Bíblia atribui duas vezes a esterilidade de Ana a Deus (“…porquanto Deus lhe cerrou a madre”), e não ao inimigo ou a razões terrenas. No capítulo 2, em seu cântico de louvor a Deus, Ana reconhece (repetidamente) que Deus é todo-poderoso, pois dEle vem o “sim” e o “não”. Ele dá, Ele tira, Ele enriquece, Ele empobrece, Ele exalta e Ele rebaixa.Ana nos ensina a viver uma vida de fé, pois, diante do “não”, ela nunca se ressentiu de Deus, mas colocou diante dEle os anseios do seu coração com humildade, fé e confiança em Sua soberania.


  • Por que Deus diz “não”? Na espera ou no “não” definitivo, somos poderosamente transformadas por Deus. Somos moldadas e conformadas segundo a Sua vontade; ídolos do nosso coração são quebrados; aprendemos a amar mais o Deus das bênçãos do que as bênçãos de Deus. Nos aprofundamos na dependência e, consequentemente, no relacionamento com Deus. Por fim, nos aproximamos do ideal de submissão, longanimidade, obediência e confiança ensinados por Jesus — e esse deve ser o objetivo final dos nossos corações.


  • Fazer um voto a Deus: Deus é dono de todo o ouro e toda a prata; é o Rei do universo. O que eu poderia Lhe dar a fim de merecer algo? Nada. Não há nada que possamos entregar ou ofertar a Deus que Ele já não tenha domínio. No entanto, Ele se agrada de um coração devoto e comprometido. É isso que entregamos quando fazemos um voto: o nosso coração, onde se concentram nossos anseios, vontades e o nosso amor.


  • Consagração bíblica infantil versus ideia contemporânea de autonomia da criança. No caso de Samuel, Sansão e João Batista (e até Jesus, seguindo a lei judaica de consagração do primogênito), os pais consagraram a criança — a separaram para o serviço do Senhor, entregando seus filhos a Deus — antes mesmo que ela tivesse consciência e condição de decidir alguma coisa. Uma expressão de fé e obediência. Porém, em todos os casos, um encontro pessoal com Deus foi preciso para que essa relação fosse individual. Deus não promete que todos os filhos consagrados serão salvos, mas Ele nos ensina claramente nas Escrituras como devemos agir: com entrega, confiança, obediência e fé. Ensinando, guiando e intercedendo até o dia em que o próprio filho tenha o encontro com Deus.


Ore conosco


Senhor Deus, eu reconheço Sua soberania sobre minha vida. De Ti vem o “sim” e o “não”.Me molda, Senhor, através das circunstâncias, para que cada uma me leve a parecer cada vez mais Contigo. Me dê sabedoriea, Pai, para entender que os filhos que o Senhor me deu pertencem a Ti e me ensina a viver baseada nessa verdade. Faz de mim uma mãe sábia, não aos olhos do mundo, mas diante do Senhor.

Em nome de Jesus, amém.



 
 
 

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